5 lições de gestão e finanças do campeão Flamengo para empresas
O sucesso do Clube de Regatas Flamengo,
não apenas pelos dois títulos conquistados (Copa Libertadores e Campeonato
Brasileiro 2019) no último fim de semana, sem dúvidas é um dos assuntos mais
comentados da semana.
Não somente pelo trabalho que foi
realizado – com excelência é preciso frisar – dentro de campo e a incrível reviravolta
nos minutos finais da disputa pelo título da principal competição sul-americana,
mas, também, pelo trabalho que foi feito fora das quatro linhas e que teve seu
pontapé inicial dado no ano de 2013 com o início da gestão do presidente
Eduardo Bandeira de Mello. Há cerca de 7 anos atrás, a dívida do clube ultrapassava
a casa dos R$ 800 milhões de reais (a maior de um clube brasileiro na época) e
ano após ano o Flamengo acumulava prejuízos financeiros.
Quem acompanha de forma mais próxima assuntos
relacionados a futebol certamente se recorda da célebre frase do Vampeta,
jogador pentacampeão mundial com a seleção brasileira em 2002, quando atuava pelo clube carioca
no início dos anos 2000: “Eles fingem que me
pagam e eu finjo que eu jogo.”.
Para analisar o que aconteceu fora dos
gramados e que levou o clube de maior torcida do Brasil a inverter essa
situação e se tornar um exemplo de gestão e planejamento, culminando com a
conquista de forma inédita e incontestável do topo do continente e do país em
menos de 24 horas no último domingo, vamos mostrar 5 lições de gestão e finanças que os
processos de reconstrução, modernização e saneamento do Flamengo ensinam para empresários,
empreendedores e gestores de empresas de todo o Brasil, independentemente do
seu porte, segmento ou área de atuação e negócios. Confira!
1) Gastar menos do que se arrecada
Mesmo diante dos enormes investimentos
feitos, por exemplo, na contratação de atletas para reforçar o plantel do clube
em 2019, o Flamengo mantém há anos uma política muito simples (mas amplamente
ignorada por muitos gestores, principalmente quando falamos de futebol): gastar
menos do que se arrecada.
Gastar mais do que o montante
arrecadado pela empresa é certamente uma das principais causas da
mortalidade de empresas no Brasil – não se esqueça que mais de 20% das empresas
brasileiras fecham em até 2 anos após sua constituição.
No ano de 2019 foram destinados pelo
time rubro-negro do Rio de Janeiro mais de R$ 200 milhões para a contratação de
diversos jogadores como Arrascaeta, Bruno Henrique, Rafinha, Felipe Luís, Gabigol, dentre outros. Esses e outros reforços se juntaram a
Diego, Everton Ribeiro e companhia, formando um
elenco repleto de estrelas e de altíssimo nível de futebol, sendo comparado em muitos momentos aos grandes times europeus da atualidade. E veio da Europa, em junho deste ano, o escolhido para comandar o elenco flamenguista: o português Jorge Jesus.
Entretanto, o enorme investimento gerou
um aumento da dívida do clube – a dívida líquida total atual gira em torno de
R$ 470 milhões – e para manter a saúde financeira, está previsto uma
desaceleração do investimento em reforços para o ano de 2020.
Mesmo diante da diminuição do investimento na
contratação de atletas previstas para o próximo ano, o clube ainda deve seguir
poderoso e com muita força no mercado de transferência. A frase amplamente dita
pelo atacante Bruno Henrique nos últimos dias “estamos em outro patamar”, não é exagero quando nos referimos, ao
menos, as finanças do clube. Só a título de premiação pelas duas conquistas
recentes o Flamengo receberá em seus cofres aproximadamente R$ 85 milhões.
Além de praticar o “gastar menos do que se arrecada”, é
possível que empresas e administradores aprendam e se inspirem no exemplo do Flamengo para
começar a dar a devida importância a gestão das finanças e a realização rotineira
de análises e acompanhamentos
financeiros e contábeis.
2) Aumentar receitas e
maximizar o lucro
Diferentemente da quase totalidade dos
demais clubes brasileiros, o Flamengo hoje apresenta lucro em suas
demonstrações de resultado. Somente nos 3 primeiros trimestres de 2019, o lucro total do clube foi de cerca de R$ 75 milhões e a receita bruta ultrapassou os R$ 650
milhões.
O incremento das receitas do clube nos
últimos anos foi considerável. A dependência e o percentual das verbas pagas
por direitos de transmissão da televisão diminuiu com relação ao total arrecadado. E
aí está um dos segredos do Flamengo: nos primeiros anos, esse dinheiro “extra”
foi utilizado para saldar dívidas e não para realizar investimentos na
contratação de atletas que provavelmente gerariam mais dívidas e passivos ao clube.
O Flamengo também adotou práticas de
transparência, governança corporativa e publica atualmente seu balanço e demonstrações financeiras
trimestralmente para que qualquer interessado possa realizar o download no site
da agremiação.
Nada disso foi por um acaso, foi necessário
planejar, cortar
custos, profissionalizar os mais diversos setores do clube, melhorar a
infraestrutura, contratar bons profissionais, investir em marketing
e realizar investimentos assertivos. É claro que, também, foi preciso correr
riscos.
Para empresas, a história não é
diferente! Você sabia que diversos empresários sequer possuem conhecimento e certeza
de que suas empresas são lucrativas? E quando são, muitas vezes os sócio e gestores não
possuem a menor ideia de qual é esse valor!
3) Negociação e gestão
de débitos tributários
Em 2013 o Flamengo iniciou um processo de renegociação de mais de 500 processos trabalhistas que somados possuíam valor superior a R$ 55 milhões. Um Ato Trabalhista firmado no mesmo ano possibilitou ao clube quitar essa dívida integralmente nos últimos anos.
No ano de 2015, o clube prolongou suas dívidas tributárias por meio do Profut e parcelou seus débitos ao longo dos próximos anos com desconto de multas, juros e encargos.
Vale dizer que nos primeiros momentos do trabalho de reorganização do clube, o bom futebol e os títulos não vieram, o que foi motivo de críticas contra o projeto que vinha sendo desenvolvido no futebol do Flamengo e, principalmente, com relação a escolha do plantel flamenguista.
Aqui fica clara a importância de manter
os recolhimentos de todos
o tributos, seja por meio da quitação integral ou da adesão a parcelamentos
quando há débitos em atraso, para qualquer empresa. Isso garante a previsibilidade para as finanças da empresa, evita o comprometimento do fluxo
de caixa e permite que a empresa possua todas as certidões negativas de débitos
necessárias para a execução de diversos negócios e operações essenciais com outras
partes.
4) Gestão e controle da
folha de pagamento
Diferentemente do que ocorria no
passado, o Flamengo não cometeu loucuras com relação a sua folha de pagamento.
Em 2018, tinha “apenas” a quarta maior folha
salarial entre os clubes brasileiros. Em 2019, passou a ter 4 dos 16
atletas mais bem pagos do país em seu elenco. Mesmo sendo uma das mais altas do
Brasil (provavelmente a maior ao final do ano), quando observamos a relação desse
montante com as receitas, o clube o rubro-negro se mostra muito mais “eficiente”
que os outros clubes. Ou seja, os custos do campeão brasileiro deste ano com
salários de atletas e demais profissionais que atuam no futebol do clube
representa um percentual inferior na relação folha de pagamento/faturamento
total quando comparamos com o mesmo número dos seus principais rivais no Brasil.
Os custos
atuais da folha de pagamento do Flamengo referentes ao futebol profissional
são estimados em cerca de R$ 200 milhões anuais, segundo declarações do atual
presidente Rodolfo Landim. Já o faturamento total neste ano de 2019, deve
beirar a casa de R$ 1 bilhão.
5) Planejamento
estratégico com continuidade
O Flamengo teve excelência na adoção e realização
do planejamento estratégico e tão importante quanto na continuidade da execução
do mesmo em diferentes gestões e diretorias.
Desde o planejamento para quitação dos
débitos trabalhistas e tributários, a busca pelo equilíbrio financeiro, os
altos investimentos em atletas, o processo de expansão e globalização
da marca Flamengo, a melhoria dos centros de treinamento e da infraestrutura do
clube de forma geral, todos os setores e áreas do clube foram profissionalizados,
revisados e otimizados com base em um plano de ciclos a serem cumpridos até
2020 (já imaginou o que pode vir pela frente?).
Para que fosse possível colocar o
planejamento estratégico em prática com continuidade e solidez, foi preciso resistir
a pressão da torcida, da mídia e de setores internos do clube que possuíam
posições e opiniões contrárias. É semelhante ao que ocorre para se executar o
planejamento estratégico de uma empresa, onde é preciso em diversos momentos
lidar com a pressão de clientes, fornecedores, concorrentes e até a interna,
vinda dos próprios colaboradores.
Na sua opinião há alguma outra lição
importante que o campeão Flamengo pode ensinar para empreendedores, empresários
e administradores quando o assunto é gestão
e finanças? Então compartilhe conosco aqui nos comentários!
Rodrigo Ferreira
Gerente de Atendimento e Marketing
CRC 1SP334423/O-8
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